A luz da liberdade venceu as nuvens por um dia. E desta vez a vitória pairou sobre uma vertente que eu venero. Julgamento histórico do Supremo Tribunal Federal pôs fim à obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão. Agora, os mais talentosos jornalistas poderão trabalhar livremente, independentemente de possuírem ou não qualquer diploma. E diplomados despreparados não viverão mais sob as asas de uma reserva de mercado.
É interessante a tara brasileira por diplomas. Há quem diga que nosso fetiche por títulos (graduado, mestre, doutor...) seja uma herança dos tempos coloniais, de Condes, Barões e Duques. Faz sentido. Afora questões de status social, o fato é que, hoje, vivemos sob um paradigma, limitado, de que diplomas são garantia de qualidade – ou, pior, a única forma possível de qualificação. Nada mais descolado da realidade.
Não obstante o péssimo nível das universidades brasileiras (e, mais abrangente, do sistema educacional como um todo), é sobre o campo idealizado dessa visão que quero conversar. Ela possui graves erros, lógicos e morais. Parte-se da premissa de que o Estado é que deve escolher o que é melhor para os indivíduos, como se os burocratas tivessem algum tipo de áurea sobre-humana capaz de fazê-los infalíveis. E, pior: como se o Estado fosse dono das nossas vidas – ou o maior responsável por elas.
Nunca é demais lembrar que não há virtude em ações não voluntárias. A virtude, a beleza da vida, está na autonomia, em fazer as escolhas certas. Se não há escolha a fazer, não há virtude – há somente o tempo passando na janela. Que o Estado pese menos em nossos ombros. “Somos nós que fazemos a vida, como der, ou poder ou quiser”. É preciso celebrar a vitória e seguir em frente na defesa da Liberdade.
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