Em canto de homenagem

Quero ajuntar neste texto dois temas que me fascinam: o amor e a liberdade. Não é à toa que, escritas em bom português, enquanto uma delas é feminina, a outra recebe um artigo masculino em seu prelúdio. Parece-me que formam, assim, uma espécie de união sagrada.

Como podem os homens, com seus tantos defeitos e uma inconsciência profundamente ativa, dizerem-se livres? Convenhamos, somente os desventurados, que nunca amaram realmente, devem ver sentido em uma pergunta dessas...

Me ocorre, ao insistente martelar interno do rubro músculo involuntário, que somente o amor, em sua plenitude, é capaz de libertar, nas entranhas da intimidade, qualquer mente que fervilhe. É que os verdadeiros amantes empenham-se no crescimento – em seu próprio, da sua companhia e dos elos que os unem. Ver a si mesmo, de dentro do próprio corpo, com qualquer parente de isenção é difícil. Por isso, longe da cegueira de clichês antigos, os bons namorados enxergam, próximos, como que com uma lupa, os pontos involuídos da pessoa amada. E sabem como mostrá-los, do alto de seu carinho, da maneira mais correta.

Saber de seus defeitos, partilhar de suas angústias, batalhar para nos corrigir. Este é o caminho da liberdade. E que não deve ser feito com solidão.

Estamos só no início, mas já posso dizer: a minha melhor imagem, quando mais gosto do meu rosto... é quando o vejo pelos seus olhos.

11h30min, nove de novembro. Obrigado, meu amor. E parabéns!