08 outubro 2007

Comentários a respeito do PE Music Festival

No último fim de semana, aconteceu nas imediações da Fábrica Tacaruna o PE Music Festival. Filial do bem sucedido Ceará Music Festival, já de cara o evento mostrou desorganização.

Foi divulgada abertura dos portões às 21h. Ao chegar por volta das 22h, quando já rolava apresentação da banda pernambucana Del Rey, cover de Roberto Carlos liderada pelo frenético vocalista China, encontrei a entrada empedida.

Algumas pessoas já curtiam o show. Aos que esperavam ao relento, nenhuma satisfação foi dada, o que provocou ensaios de tumulto por parte dos excluídos. A boataria aponta que uma queda de energia nos refletores que abasteciam a Fábrica foi o motivo do mal estar.

Não podemos esquecer destes inconvenientes "detalhes", mesmo tendo sido a noite bastante divertida. Até quando brasileiros tratarão seus próprios clientes brasileiros, humanos e consumidores, como gado, pior do que a forma com que suas madames interagem com seus cães e gatos? Cabe a nós começar a mudança, pelas atitudes e pelas cobranças.

Vamos às apresentações. Nação Zumbi foi a segunda banda a entrar no palco, momentos após o show de Del Rey. Tocou seu repertório esperado, com uma música do novo disco, que será lançado este mês. A dobradinha com Paralamas foi bem feita - fizeram as músicas de protesto, como O Calibre, Selvagem e Polícia.

Agora concretizo o objetivo deste post: Herbert Vianna entrou especialmente trajado. Com terno e gravata, sobre sua cadeira de rodas também portava óculos escuros e uma touca. Para mim, está aí uma crítica sutil. Herbert não teceu nenhum comentário a respeito disso durante o show.

Justamente durante o governo que por anos eles tanto defenderam como caminho adequado ("Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou...", "caboclo presidente trazendo a solução..."), estamos em tempos de sucessivos escândalos envolvendo políticos, aqueles homens eternamente engravatados.

Temos também o lançamento de um polêmico filme. Tropa de Elite (que ainda não assisti) fala sobre os bastidores da polícia e o tratamento do crime. Fala sobre homens que portam óculos escuros e touca preta na cabeça.

Herbert junta os elementos visuais enquanto toca músicas de protesto. Pode não ter sido proposital, mas acredito no potencial artístico e na não ingenuidade do lider dos Paralamas. Só pra constar: quando começaram as letras românticas, o traje foi desfeito.

Para não dizer que ignorei o show de O Rappa: por que esta necessidade de falar palavrão como se fosse a única forma de ser entendido e dar ênfase ao que se diz? E tudo enrustido num tom messiânico que me faz pensar em plágio de Bono Vox...

[Saudações - e peço desculpas pelo atraso do post. A enquete parece que não fez muito sucesso, mas vou mantê-la, ao menos por enquanto.]

Um comentário:

Unknown disse...

não sei das musicas novas, mas O Rappa é massa!