23 julho 2008

Por prazeres pueris

Plantada com mero esmero a estrela da companhia
Tem pra si todo labor dos laboratórios da dança
Trapézios, plantas, pompas, que fazem lápis de lança
Para pôr suposta honra em pretensos desonrados

Ela pretende professar e espalhar elevação
Só que se ao nome que carrega não se é feito jus
Não pode perfurar o professor que não tem luz
Os recônditos sabores do saber de pré ou pós-parados

Ela, como uma flor que adubada fecha mais o seu botão,
Força menos a razão pra ser vista encantadora
Mas o jardineiro tolo tolhe a pista, corta galhos que atrapalham
Fere amigos que trabalham, se lhe tentam atentar

O pêlo todo fica em riste ao saber sobre o que dela todos sabem que existe
E a revolta contra aquela toma conta
Do homem que por ela vezes tantas fez labuta
Em revólveres de fala, grita então fazendo a rima:

- Por teus prazeres pueris canta agora, Catarina!
Tu, que já fostes bailarina, após pulares tantas aulas
Não serás mais sequer assistente de palco.

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