12 abril 2008

Babaridade!

Um bate-papo descontraído floresceu esta entrevista com Vinícius Gouveia e Txai Ferraz, diretores, atores, produtores, roteiristas, escritores, argumentadores, câmeras (e tudo o mais que você pode imaginar e está além da minha memória) do filme Bárbara, a bárbara, primeiro longa metragem do CAp. A presente conversa adquire gosto especial por se tratar da primeira entrevista tanto para mim, que pretendo ser jornalista, como para eles, que pretendem ser cineastas.

Pergunta 1 -
Como surgiu Bárbara, a bárbara?
Vinícius Gouveia -
Em meio a um piquenique na jaqueira, começamos a brincar com novelas mexicanas e surgiu a idéia de fazer algo bem clichê! Txai começou a escrever e veio com a idéia de um filme de terror trash. Eu escrevi o argumento, com um roteiro completo. Usamos 90% do que tinha lá e inventamos outras coisas. O personagem de Fulana, Ofélia (inicialmente Onofre) e Joe foram criações minhas. Bárbara chamava-se Pikena, por que era ela quem iria interpretar, e não existia irmão Genecélio (que começou como Genecéia).
Txai Ferraz -
Bárbara surgiu na primeira oportunidade de reunir pessoas interessadas: Natália Pikena Faria e Kelle Lima. A gente não sabia o que era argumento, era mais um esboço. A idéia foi brincar com personagens caricatos e pô-los em situações em que pudéssemos satirizar/imitar o que nos influenciava.

Pergunta 2 - De onde veio Joe?
Vinícius Gouveia -
Antes da idéia de bárbara, escutava MUITO a música vida de cachorro, Pato fu. Ela compara o amor de duas pessoas com o amor canino, com expressões do tipo 'quero ver seu rabo abanar' ou 'me lamba o rosto'. O que poderia soar brega acabou ficando bem romântico e original. A música é dos mutantes, banda que adoro. Assim que pudesse, faria um clipe. Com o filme, pude. Vi que ele tinha que ser muito mais que um cachorro de pelúcia. Era alcoólatra, Txai o transformou em cafetão e agenciador de menores. Gostei dessa disparidade: um símbolo infantil e 'puro', num lugar tão... inadequado.
Txai Ferraz -
No início, Joe iria ajudar todo mundo a se livrar da Bárbara. Mas mudei a personalidade dele e Vinícius concordou. No fim, ele virou um papel porque perdemos o brinquedo.

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