25 fevereiro 2007

A Noite

É a noite o momento mais agradável do dia. A noite escura, calma e tranqüila transborda sensações; semeia o tempo, derramando-o ao léu; e exalando a brisa fina e doce da cidade adormecida, quase morta – vivaz, entretanto. Até porque... a noite é como a respiração: inspira os poetas, expira a vida. Com tanto fôlego, só na aparência há espaço para morte.

No céu, as estrelas brincam de esconder-se com as nuvens densas. Dispostas estão como uma roda de seresteiros, cada qual em seu violão, flautim ou pandeiro, onde todos histericamente contidos cantam sua musa, grande rainha do céu e da noite.

A lua, galante, tenaz, amante, é como os olhos da amada – ou ela por completo. Quando cheia, brilha infinita distribuindo a paz que remexe por dentro e estremece as veias do sangue, nutridor da alma. Mas também mingua, cresce, se renova. Muda e permanece. A lua é o olho do amor.

E, quando o amor é consumado, é porque o dito satélite, esbugalhado, acaba de ser conquistado. A constelação, cujos componentes, entre si, disputaram o amor da musa, resolveu si unir e confinar-se numa orgia.

Disso, apenas temos conhecimento através do sinal que nos é dado, precipitado: pingos d’água, que de acordo com o frenesi engrossam e causam tempestade. Assim, sendo a chuva a sensual transa da noite, o trovão é seu orgasmo.

3 comentários:

Mano Ferreira disse...

Texto incompleto, postado em virtude da promessa feita à Isadora de tentar convencê-la que "a noite é o melhor momento do dia". =p

Anônimo disse...

Brincando um pouco com suas palavras.

A noite escura, calma e tranqüila respira exalando a brisa fina e doce da cidade adormecida e inspira os poetas que expira a vida quase morta com tanto fôlego que transborda e semeia o tempo derramando-o ao léu no momento mais agradável do dia sensação vivaz. Até porque, só na aparência há espaço para morte.

Estrelas brincam de esconder-se numa roda de seresteiros contidos e, dispostas histericamente em nuvens densas cantam cada qual em seu violão, flautim ou pandeiro sua musa, grande rainha do céu e da noite.
As veias do sangue nutridor remexe por dentro e estremece aos olhos da amada que muda permanece por completo distribuindo ao amante a paz que o faz crescer, renovar. A alma já não mingua como a lua quando o olho do amor brilha galante e tenaz.

E, para não ser diferente, meu texto também ficará incompleto. Gostou?

Mariana Gominho disse...

O final é sensacional!! E eu igualmente notívaga.