24 julho 2009

lembranças são cartas

as lembranças vêm, são cartas
do tempo em que se usavam
se ousavam comumente

para onde, sonolenta, a ousadia se recolhe
querendo sempre que alguém a colha.

as lembranças vão, são cartas
da não escrita já sem força de uma mão
em forma que reside na vontade em vocação

para onde, sonhadoras, gostariam de voltar
e percorrem apenas os velhos vasos de uma pena renitente.

as lembranças vãs são cartas
que mesmo num sono intenso
dos sonhos mais não pousam

porque a dor amassa
cada linha da pele encardida.

as lembranças vis são cartas
a pedir ao tempo que enfim velozmente parta
com desejo retirante de viagem derradeira

viagem carregada na essência de madeira
traduzida na armadura de veias, o envelope.

3 comentários:

Bruna monteiro disse...

owwn,mano! *-*

Bruna monteiro disse...

não me venha falar de lembranças comigo aqui no Rio e com o terceiro ano tão perto do fim.

Hugo Siqueira disse...

Veio-me a lembrança, Voltei ao seu blog, e vi meu grande amigo escrevendo alta poesia.
Continue firme.