As eleições de outubro se aproximam e grande parte da sociedade brasileira não está se importando com o evento. Apesar do voto obrigatório, uma anomalia nacional, as pessoas parecem cada vez mais desestimuladas, acompanhando menos o processo eleitoral.
Não sei se você já viu por aí, mas é comum ouvir pelas ruas populares dizendo que votarão em "Vilma, a mulher do Lula". Esse fenômeno, além de evidenciar o grande poder de transferência de votos do atual presidente, demonstra que o nível de interesse de um grande setor da população ainda não é suficiente para que saibam o nome da principal candidata à presidência.
Para ilustrar isso, há um interessante dado do Datafolha: a essa altura da campanha, em agosto de 2002, 59% dos entrevistados haviam assistido o programa eleitoral dos candidatos à presidência; em agosto de 2006, a essa altura da campanha, o número estava em 46%; no atual processo eleitoral, apenas 36% dos entrevistados assistiram ao guia da televisão. Confira o gráfico:
Somente a audiência do guia eleitoral não é dado suficiente para atestar o grau de mobilização popular, mas, certamente, configura uma dado interessante. Dado que nos leva a pensar nosso atual modelo de processo eleitoral. Devemos, realmente, continuar pagando para que os partidos políticos e candidatos tenham todo esse espaço de exposição na TV e no rádio? Sim, nós pagamos. Afinal, ele só é gratuito para os partidos porque nós, a sociedade, pagamos a conta. Pagamos, sim, mas assistimos cada vez menos.
Outra reflexão necessária: a tendência que se desenha é que as eleições brasileiras serão decididas por uma imensa massa de desinteressados. Será que já não passou da hora de revermos a obrigatoriedade do voto?
Nenhum comentário:
Postar um comentário